No Brasil, a palavra macumba ganhou um sentido não só de oferendas espirituais das religiões de matrizes africanas, mas também de magia para causar danos a terceiros. Costumamos temer e culpar os ‘macumbeiros’ pelos nossos problemas em vez de nos perguntarmos: O que eu tenho convidado para o meu próprio universo?
Como ensina o mestre budista Geshe Kelsang Gyatso, felicidade e sofrimento são estados mentais e, por isso, suas causas principais não podem ser encontradas fora da mente.
No fundo, somos nós que nos amarramos nas nossas próprias emoções, que nos obsediamos com crenças tóxicas, que minguamos os nossos projetos com atitudes destrutivas (ou falta de atitude), que lançamos feitiços com as nossas palavras… as energias externas somente se sintonizam com as nossas energias internas, ou seja, a macumba só vai “pegar” quando dermos condições para ela se instalar. Da mesma forma, não adianta chamar o padre para benzer, carregar uma infinidade de amuletos ou fazer trabalho espiritual para se livrar das energias negativas se, dentro de você, nada muda.
Quando nos protegemos demais é porque temos medo do ataque; e tudo o que tememos ganha poder sobre nós. O que nos liberta do medo dos supostos macumbeiros e olhos gordos por aí é compreender que o que muda a matéria é a energia, e o que muda a energia é a consciência. A melhor proteção não é colocar as tropas para nos defender do mundo lá fora, mas observar e transformar o nosso mundo interno.
À medida que nos tornamos mais autoconscientes e elevamos a nossa vibração, curando as nossas feridas e cultivando estados mentais benéficos, o temor deixa de governar a nossa existência. Percebemos que somos livres e que o caminho para a felicidade duradoura está aberto... só depende de nós. Claro que é difícil manter a vibração elevada o tempo inteiro, afinal, não somos monges tibetanos iluminados, no entanto, quando o contato com a nossa verdadeira natureza – amorosa e pacífica – é mais frequente, não tem energia negativa alheia que domine o nosso sistema. A vida torna-se uma incrível magia...
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