Às vezes, eu ouço por aí pessoas dizendo com um ar de superioridade: "Fulano(a) tem problema mental, tem que ir pra terapia!".
E eu me pergunto: hoje em dia, quem não tem uma mente problemática? Quem estiver 100% livre de traumas, crises existenciais, angústia, neuroses, obsessões, autocobrança e ansiedade excessivas... que atire a primeira pedra! Se o problema estivesse só na mente, seria ótimo, mas todas as nossas camadas têm andado desalinhadas: o nosso corpo está em um lugar, as nossas energias vitais em outro, as emoções apontam uma direção, os pensamentos vão para outro lado... e a nossa alma fica esperando que organizemos essa bagunça para que ela possa se manifestar.
Eu sei que dá medo de abrir portas dentro de nós. Todo processo de cura passa pela dor, mas eu sempre achei menos doloroso abrir logo e ver o que guardamos ali do que ter o mundo lá fora constantemente cutucando as nossas feridas não curadas. Até porque onde estão os nossos medos normalmente estão os nossos maiores potenciais de realização...
Outra coisa importante: terapia não é apenas para os momentos de colapso. Insights poderosos vêm durante sessões em que não estamos com uma questão urgente para tratar. Além disso, os conflitos que julgamos "pequenos" ou não merecedores de atenção frequentemente revelam aspectos importantíssimos sobre quem somos, nossos relacionamentos e anseios mais profundos.
Enfim, terapia não é para "os fracos". É para quem tem coragem de sair das reações automáticas, ir ao próprio encontro e construir uma vida com mais harmonia.
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